quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aos Humildes e Humilhados Públicos!

Buenas e me espalho!
Enchi o saco de questões meramente voltadas para a meta física, meta psicológica, física quântica e tral e tal como diria o Chico Buarque.
Afinal, passei anos e muitas publicações escrevendo sobre todas as dúvidas que formam um conjunto inquantificável de demandas minhas e acho, que de todos os que acompanham meus escritos. E os que não acompanham também.
Depois de mais de 5.000 (CINCO MIL) acessos  neste meu blog que alimento e amo como se filho fosse, vou me dar o direito de abordar fatos e rotinas do cotidiano de uma maneira mais pragmática, e que (observem a minha pretensão prezados críticos) possam vir a ajudar à todos numa tomada de decisão para outros mil fatos e rotinas do seu próprio cotidiano. Quem sabe até do cotidiano coletivo...risos!!!
Então hoje, vou abordar duas questões que envolvem "a coisa" pública.
Aqueles que me conhecem, sabem que posso falar de cadeira sobre as questões que envolvem o funcionalismo público. Primeiro, porque fui (durante 22 anos), e segundo, porque recebi e recebo centenas de demandas clínicas onde observo "in loco" e  escuto "in verbis" todo o sofrimento que essa massa humilde (na maioria) e humilhada (praticamente a totalidade) absorve na rotina profissional e que espraia-se para o pessoal.
Explico-me:
Como posso (e quem pode??) falar em meritocracia quando tenho um quadro de professores públicos que sequer conseguem manter uma assinatura de jornal pois seus minguados caraguatás são absorvidos no final de cada mês pela agiotagem (oficial e extra oficial) ???
Como posso exigir que professores públicos profiram aulas de sociologia e filosofia com conteúdo aproveitável se o último contato que a maioria destes tiveram com tais assuntos, foi no recesso cultural e educacional promovido pela ditadura, onde era proibido até mesmo pensar???
Ahhh, dirão alguns, que as escolas públicas são munidas de computadores conectados na internet, e etc, e que cursos de atualização são promovidos tanto de forma presencial como "on line". À estes, peço que não me façam rir com uma falácia destas num assunto tão sério.
Dia desses, puxando assunto com uma professora de ciências falei:
"E aí professora??? Hoje sua aula será especial, afinal é o dia da Gaya!!!" 
Ela me respondeu: 
"É??? Em que turma ela está matriculada na minha escola???"
E se formos aprofundar o papo levando em conta considerações à cerca de Skiner, Peajet, Klein e outras tantas tendências didático/pedagógicas, então é uma covardia ao humilde e humilhado professor público.
E a culpa é de quem?
A culpa é de quem recruta professores entre desempregados frustados, e depois de admití-los os trata exatamente como desempregados frustrados;
A culpa e de quem despreza o ensino público e acredita que a escola pública é uma mera creche de descamisados;
A culpa é de todos aqueles que agridem os professores pois acreditam que seus filhos são clientes da escola e que o cliente sempre tem razão;
A culpa enfim, é de todos nós que passivamente deixamos que nossos professores públicos sejam rotineiramente agredidos e humilhados.
E isso vale para os nossos policiais, técnicos científicos, agentes administrativos e todos aqueles homens e mulheres que lutam contra a corrupção, a burocracia que nos escraviza à todos, e que mesmo humilhados, na sua imensa maioria combatem o bom combate.
O segundo tópico de meu posicionamento, tem a ver com o ano eleitoral. 
Estou certo que a democracia é o ÚNICO meio de viabilizar a coisa pública.
Vou consultar meus candidatos, e se eles autorizarem, farei aqui a exposição de suas plataformas. E depois, farei aqui, um fórum de cobranças e críticas obviamente. Os mais de 5.000 acessos de certa forma refletem a minha responsabilidade de cidadão e de livre pensador.
Aos filhotes das antigas e das novas ditaduras, lembro que a internet é um meio livre desde que utilizado com ética, legalidade e principalmente responsabilidade.
Fraterno abraço
André        

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Senhora "K" e a borboleta!




A arte da foto, diga-se de passagem, não é minha. Minha loura camaleoa que já foi motivo de textos aqui, e que na verdade é motivo em minha vida nos últimos 300 anos, é quem emprestou sua sensibilidade artística e foi a criadora nesta publicação do Criador e a Criatura.
Fraterno abraço
André  

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"K" - A Fêmea dos Olhos Azulados!

Os atentos conseguem vê-la nas noites furtivas pelos caminhos suburbanos rondando locais as vezes iluminados e outras vezes escuramente sombrios.
Pelo jeito, ela gosta de ser reconhecida somente pela inicial de seu nome que muitas vezes fica tatuada nas camas, poltronas e até das paredes que lhe servem de suporte nas aventuras arrabaleiras... e ao amanhecer, resta um "K" marcado à ferro e fogo pelas suas unhas de fêmea no cio.
E então... um dia... enquanto eu mateava o verde amargo de minhas esperanças, à vi naquilo que imediatamente identifiquei como início de sua busca pelo desejo. 
E vi nos olhos de "K", o reflexo de muitos desejos.
E vi naqueles olhos hipnotizantes, desejo de morte, desejo de sangue, desejo pedrador e sobretudo o desejo gelado dos que sabem subjugar tudo aquilo que pode servir ao seu prazer e satisfação.
Logicamente que ela não percebeu minha presença, e por isso não fui privado de presenciar um espetáculo fantástico de suspense e terror, que confesso, ao contar aos amigos, me causa arrepios...

"K" estava silente, camuflada por sob as sombras de um dos tantos obstáculos urbanos naquele ambiente que ela dominava. 
E eu a vi ali... linda...selvagem... corpo esguio que emanava volúpia, frieza e paixão pela arte de submeter.
Nascera para isso. Submeter... e para isso usava com louvor e precisão todos os atributos que lhe foram fornecidos pela sua origem e pela natureza de seu desenvolvimento.
É sabido que "K" vinha de uma linhagem de maestrinas da hipnose e da sedução, e sabe-se que até no velho Egito suas antepassadas eram tidas como divindades.
E naquele dia, entre um mate e outro eu vi... 
Já tinha ouvido falar que "K" tinha requintes de crueldade na busca do seu prazer, pois depois de subjugar seu objeto de desejo, e depois ainda de horas e horas usando do corpo escolhido, praticava com esplendor a "arte" da degola com a destreza de um guerreiro gaúcho das guerras de antanho.
E ali deixava o corpo morto, sem cabeça, à disposição das formigas e de outros insetos...
Eis que vejo nada menos do que os oito vultos desatentos e desavisados que cantando e divertindo-se uns com os outros, nada sabem do fato de já terem sido escolhidos para divertirem "K" pelas próximas horas.
Vi nos olhos claros a certeza de que ela daria conta dos oito... e mais: Vi que ela estava refletindo sangue naqueles lindos olhos azulados e faiscantes...
Achei na hora, que aquelas vítimas já tinham sido escolhidas e que "K" de há muito havia planejado aquela orgia sanguinária naquele começo de noite, que infelizmente eu seria a testemunha ocular.
Roçando-se lascivamente pelos obstáculos, ela aproximava-se cada vez mais dos ainda quase meninos desavisados que sem saber estavam  entre "K" e seu incontrolável desejo.
À poucos metros, eles se dão por conta do risco e vi que o olhar do "K" os petrificou.
Cessaram-se os cantos e a alegria. Iniciou-se o pavor. Eles queria correr, voar pelos telhados se possível fosse... mas era impossível. Estavam sob o jugo gelado e mortífero de "K".
Ela se alonga, e seu corpo mostra toda a beleza de sua natureza esplêndida...
Chegou a hora... vai começar...
Também eu estou hipnotizado e nada consigo fazer, e penso que também a mim ela hipnotizou. 
O desejo sádico de "K" precisava de uma testemunha, e na verdade eu era parte de seu plano, pois desde o início ela sabia que eu estava ali, e que veria tudo. Veria tudo calado e inérte.
E pronta... ela prepara seu primeiro salto naquele massacre! Não consigo fechar os olhos... e uma voz interrompe a cena:

"KIKA... deixa os canários do André em Paz!!!!!!! Vai comer tua ração!!!!!!"

Era a voz de minha mãe, chamando atenção de sua siamêsa Kika com relação aos meus canários...
Era a voz da realidade que fez voltarmos todos (eu, "K" (kika), e os oito canários) para nossas rotinas pacíficas e harmônicas...!

Fraterno abraço
André        

  

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Grito pela América Latina!

Certamente eu devo estar paranóico ou com problemas para entender a realidade que os jornais estão estampando (pelo menos à mim).
Será que só eu estou vendo uma manobra populista que planeja escravizar à Latino América, com tentáculos fortes no Brasil?
Será que a minha loucura atingiu a fase delirante que me fez sentir e ver que as instituições estão sendo bombardeadas pelos mesmos pseudo ideais que dizimaram o Leste Europeu nas décadas de 50, 60,70 e 80??
Será que o meu delírio paranóico está me fazendo temer o fato de que o populismo fascista de caudilhos pode ser a pá de cal numa cultura absolutamente libertária e justa na sua origem?
Apelo aos meus amigos juristas que não esqueceram que o Direito é somente o caminho para a JUSTIÇA;
Apelo aos meus amigos artistas que ainda acreditam que só é justo cantar, quando o canto representa aqueles impossibilitados de ter voz;
Apelo aos meus amigos professores que ainda não foram inoculados com o veneno déspota dos aventureiros sociais que teimam em transformar nossos jovens em idiotas massificados;
Apelo aos meus amigos militares que nunca confudiram patriotismo com fanatismo e tirania;
Apelo aos meus amigos médicos que ainda vivem para amenizar o sofrimento humano sabendo que o máximo que podem prometer é consolo;
Se eu estiver enganado ou delirando, por favor meus amigos me esclareçam...
Mas o que vejo, é uma massificação latino americana, onde o niño pueblero, menino cidadão, não pode ter outro sonho que não seja ser um testa de ferro do traidor dos aplausos, instrumento sem maiores pretensões como diz Silvio Rodriguez no poema que transcrevo abaixo, inclusive com a tradução.
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La Maza ( Silvio Rodriguez )


Si no creyera en la locura
De la garganta del sinzonte
Si no creyera que en el monte
Se esconde el trino y la pavura

Si no creyera en la balanza
En la razón del equilibrio
Si no creyera en el delirio
Si no creyera en la esperanza

Si no creyera en lo que agencio
Si no creyera en mi camino
Si no creyera en mi sonido
Si no creyera en mi silencio

¿Qué cosa fuera, qué cosa fuera la maza sin cantera?
Un amasijo hecho de cuerdas y tendones
Un revoltijo de carne con madera
Un instrumento sin mejores pretenciones
Ue lucecitas montadas para escena
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera
Un testaferro del traidor de los aplausos
Un servidor de pasado en copa nueva
Un eternizador de dioses del ocaso
Júbilo hervido con trapo y lentejuela
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera?
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera?


Si no creyera en lo más duro
Si no creyera en el deseo
Si no creyera en lo que creo
Si no creyera en algo puro

Si no creyera en cada herida
Si no creyera en lo que rondé
Si no creyera en lo que esconde
Hacerse hermano de la vida

Si no creyera en quién me escucha
Si no creyera en lo que duele
Si no creyera en lo que quede
Si no creyera en lo que lucha

¿Qué cosa fuera, qué cosa fuera la maza sin cantera?
Un amasijo hecho de cuerdas y tendones
Un revoltijo de carne con madera
Un instrumento sin mejores pretenciones
De lucecitas montadas para escena
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera?

A Massa

Se eu não acreditasse na loucura
Da garganta do pássaro cantor,
Se eu não acreditasse que no monte
Se esconde o canto e o medo...

Se eu não acreditasse na balança,
Na razão do equilíbrio,
Se eu não acreditasse no delírio,
Se eu não acreditasse na esperança...

Se eu não acreditasse no que gerencio,
Se eu não acreditasse no meu caminho,
Se eu não acreditasse no meu som,
Se eu não acreditasse no meu silêncio...

Que coisa fosse, que coisa fosse a massa sem pedreira?
Um amassado feito de cordas e tendões,
Uma confusão de carne com madeira,
Um instrumento sem melhores pretencões
De luzinhas montadas para cena...
Que coisa fosse, coração, que coisa fosse?
Que coisa fosse a massa sem pedreira?
Um testa-de-ferro do traidor dos aplausos,
Um servidor antigo com taça nova,
Um eternizador de deuses mortos,
Júbilo fervido com trapo e lantejoula . . .
Que coisa fosse, coração, que coisa fosse?
Que coisa fosse a massa sem pedreira?
que coisa fosse, coração, que coisa fosse?
que coisa fosse a massa sem pedreira?

Se eu não acreditasse no mais duro,
Se eu não acreditasse no desejo,
Se eu não acreditasse no que acho,
Se eu não acreditasse em algo puro...

Se não acreditasse em cada ferida,
se não acreditasse no que ronde,
se não acreditasse no que esconde
Se fazer irmão da vida...

Se eu não acreditasse em quem me escuta,
Se eu não acreditasse no que dói,
Se eu não acreditasse no que fique,
Se eu não acreditasse no que luta...

Que coisa fosse, que coisa fosse a massa sem pedreira?
Um amassado feito de cordas e tendões,
Uma confusão de carne com madeira,
Um instrumento sem melhores pretenciones de luzinhas Montadas para cena...
Que coisa fosse, coração, que coisa fora?
Que coisa fosse a massa sem pedreira?

Fraterno abraço
André