sábado, 11 de maio de 2013

Pra quem me conhece ou acompanha meus humildes escritos é lugar comum saber que sou pouco vinculado à questões de cunho comercial ou religioso.
Contudo, nesta véspera daquilo que a mídia e os blá,blá, blás chamam de Dia das mães, me integro ao todo prevalecente e republico um texto que fiz em 2008. Minha mãe merece... risos
Agora sem crise, reconto a história de:


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A Crise do André!

Há algumas semanas minha mãe está comigo, na minha casa, passando um tempo até que passe aquilo que ela conceituou de "a crise do André!" Ouvi algumas vezes ela justificando pelo telefone para minha irmã, que ficaria "até que passasse a crise do André!" Logicamente que não ando nos meus melhores dias, e afinal crises todos tem e que bom se todos tivessem mães como a minha velha Norma( é o nome dela)!
Mulher da minha vida, lembro daquela mulher linda que acalmava meus ímpetos edípicos lendo as grandes histórias da minha infância. E minha mãe lia como se estivesse num palco repleto de gente... e sua única platéia era eu... eu menino e apaixonado!
Lembro da maldita creche onde só fui um dia e fiquei chorando desesperadamente sem mover-me um passo até que minha amada me resgatasse no fim da tarde!
Adolescente, era dela que eu recebia presentes no dia dos namorados quando eu estava sem ninguém. e as outras mulheres de minha vida era ela quem mais as amava e as fazia sentirem-se filhas!
A mãe, budista, toda vez que me vê, agradece aos céus por eu ter nascido, e me chama de filho de deus perfeito!
Minhas dores doem mais nela, e acaba eu tendo de fingir alívio para que ela pare de sofrer...
E a mãe canta! Aprendi a gostar de tangos e ópera com ela, e em virtude disso ela me ensinou o espanhol quando ainda tinha 8 ou 9 anos.
Estive com pouquíssimas mulheres que ao escutarem música francesa não me chamassem de descornado ou algo que defina aquele que sofre por amor. Minha mãe canta Mireille Matthieu!
Senti saudades de meu pai nesse período de crise...Minha mãe lembra meu pai.
Eu devia ter uns 10 ou 11 anos, quando sorrateiro, peguei os dois numa cena romântica. Ele estava deitado na rede, e ela sentada fazendo-lhe um carinho no rosto! Ainda ouço nitidamente quando fecho os olhos, a voz do meu pai que, olho no olho de minha mãe cantava:
" Tu és, divina e graciosa estátua majestosa,
Do amor , por deus emoldurada..."

Fico feliz por ter minha mãe e as lembranças de meu pai nas minhas crises...
Fraterno abraço!
André