segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Tempo que Passa!

Entao: Acabou 2014! 
Apesar de ter passado voando, ele passou como passam todos os anos. O tempo passa do mesmo jeito. Ou pelo menos do mesmo jeito que nós entendemos que ele passa. Porque em outras circunstâncias ( no espaço, em outros planetas, etc) o tempo passa de maneira diferente daquela que nós medimos. 
E foi tempo. E muita coisa aconteceu. 
Nada de fazer retrospectiva, e apenas penso que se aprendeu bastante nesse 2014. Quem quiz. Porque teve gente que não quiz. E não aprendeu. 
Eu aprendi.
Aprendi que foi oportuno eu ter entregue meu coração.
Entreguei aos que eu amo e aos que me amam. E isso me fez mais feliz e sensível à todas as questões que exigem amor. E todas as questões exigem amor. 
Entreguei ao meu competente cardiologista André (também!! com esse nome só pode ser bom... rs)  que com alguns (muitos) toques de mestre reviveu meu coração para que eu tivesse mais pra entregar e amar. 
Entreguei aos meus pacientes. Mesmo pra aqueles que duvidam que o psicanalista tenha coração. Porque isso sempre fiz. Porque isso também faz parte de meu ofício. 
Entreguei aos meus credores. Porque isso faz parte.
Entreguei aos meus devedores. Porque isso faz parte. 
Entreguei meu coração também às minhas esperanças. Porque são elas que fazem meu coração bater. 
Entreguei aos meus medos. Porque eles existem. E são eles que fazem meu coração quase parar de bater.
Entreguei aos meus projetos. Porque eles são frutos do amor que sinto pelo que faço. 
Então: Acabou 2014. 
Eu aprendi, entreguei, amei, vivi, paguei, cobrei, trabalhei e isso tudo com muita esperança. 
E em 2015 desejo que todos os medos sejam banidos do meu e do coração de todos os que acabam de ler essa última crônica do ano.
E não esqueçam, que meu livro REFLEXÕES DO PSICANALISTA NA VIDA COTIDIANA na versão EBOOK continua a venda. Pedidos pelo email andrelacerda15@gmail.com ou pelo email da editora laura.ncunha@gmail.com

Fraterno abraço e feliz ano novo !
  
    

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A Solidão do Psicanalista!

- E o que será que eu posso fazer com essa dor aguda que atormenta o peito, a alma e todo meu ser?? Me ensina como lidar com essa tristeza de perder algo muito especial e querido mesmo sem ter perdido ainda? E como eu faço com o alimento que não consigo digerir porque o estômago rejeita qualquer coisa? E como faço com essa vontade incontrolável de chorar e por incontrolável me desmancha a maquiagem e mesmo a minha nata fisionomia? E minhas unhas roídas pela ansiedade e pelo medo? E o meu sono que não chega e quando chega me cansa mais do que o  mais árduo dos trabalhos? E o Sol que sempre amei?? Será que um dia ainda vou voltar a gostar de ver ele nascendo? Ou o nascimento do Sol sempre vai despertar em mim o medo do dia que inicia?? E a luz do luar? Um dia ainda voltarei a ver o luar com a esperança e expectativa dos amantes? E a água que bebo e que se transforma em sal nos olhos e lava minha face com água do mar? E as feridas que já são chagas sangrantes? Me diga que elas vão cicatrizar?? Por favor???

Isso foi o apelo desesperado daquela paciente naquela tarde de calor intenso. 
O psicanalista não podia dar-se ao luxo de simplismente deslocar-se para um lugar da zona de conforto dentro da técnica e do pragmatismo. Ele sentiu que naquela hora ele precisava, hipocraticamente, consolar. Lembrou-se do juramento de Hipócrates: "....consolar SEMPRE!"

- Não sei o que fazer com essa dor, mas sei que estarei contigo enquanto essa dor te estiver maltratando. Não posso te ensinar a lidar com a dor da perda daquilo que não perdeste. Mas quando perderes estarei contigo na estrada amarga do luto e juntos acharemos o bálsamo que vai fazer a falta transformar-se em saudade. E eu não posso te prometer a volta do apetite,nem a falta de choro, nem o Sol e a Lua e nem o estancamento do sangue de tuas feridas. Mas te juro: Só me afastarei de teu lado, quando tu estiveres segura e reencontrado a felicidade, pois a minha será ter ver segura e feliz!

E é por isso que alguns (sábios) dizem que o único diploma que deveria ter no consultório do psicanalista é aquele em que está escrito: Um solitário feliz!

Fraterno abraço!
André Lacerda - Psicanalista

P.S.: Vocês sabem. Meu livro em formato EBOOK Reflexões do Psicanalista na Vida Cotidiana está em campanha de comercialização (custa muito baratinho.. risos). Pedidos pelo email andrelacerda15@gmail.com    


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os Ciclos e o Ciclo!

Perdi. Começar a procurar de novo. Achar. Retomar!
Sofri. Chorar. Roer o próprio fígado. Salgar as feridas com lágrimas. Cicatrizar. Voltar a viver. Reviver!
Quebrei. Gritar de dor. Gelar. Entalar. Reconstituir todos os tecidos. Reaprender os movimentos. Recaminhar!
Afundei. Entrar em pânico. Sentir os pulmões ardendo pela falta de oxigênio. Espernear. Bater os pés no chão. Lutar para voltar. Voltar a superfície. Gritar de alívio na primeira respirada. Emergir! 
Morri. Alguém chorou. Alguém sorriu. Alguém falou. Alguém calou. Alguém sofreu. Alguém festejou. Alguém se lembrou. Alguém esqueceu. E eu bem quietinho... sem sentir mais nada....! 

P.S.: Meu livro Reflexões do Psicanalista na Vida Cotidiana  está à disposição aos interessados na edição em formato EBOOK. Pedidos pelo email andrelacerda15@gmail.com

Fraterno abraço
André Lacerda - Psicanalista

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Mentira e Traição!?

Antes de qualquer coisa quero falar de minha publicação anterior. 
Publiquei um caso clínico, e o título apareceu como CASO CÍNICO:
Mais de seis mil pessoas tiveram acesso ao texto. Eu, pessoalmente, só recebi dois manifestos de que isso foi notado. 
Pensei em escrever sobre  ato falho... e poderia até criar algo em torno disso e confesso, tive várias ideias e teorias sobre o caso. 
Contudo informo: Foi apenas um erro de digitação. Me desculpo pelo erro. Entre os meus escritos já existe amplo material sobre o ato falho e na medida que eles realmente surgirem podemos retomar o temo. Creio que o psicanalista não deve ter a atitude premeditada de criar um fato. Portanto, segue o baile e perdão pelo erro na última publicação. 
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Mentira e Traição!
Na clínica psicanalítica, não se diferencia verdades absolutas, mentiras absolutas ou qualquer coisa que seja absoluta uma vez que o importante é a subjetividade e a experiência da maneira como ela se apresenta consciente e inconscientemente. Contudo, hoje quero falar de temas como mentira e traição.
Quando se mente, na minha opinião, deixamos aflorar bastante de nossa humanidade, afinal, mentir é coisa dos humanos, e poderíamos acreditar que ao mentir estamos reproduzindo aquilo que invariavelmente gostaríamos que fosse verdade.
Afinal, se eu digo: "Eu minto!" - Estarei falando a verdade??
Acho que devemos medir o nível de maldade da mentira, quando esta carrega na sua origem todo o nexo causal que pode gerar à outro! Isso é que deve ser visto: O quanto uma mentira pode ferir... o resto é perfumaria!
Acho que a ferida que é provocada, pode ser classificada como a ferida da traição!
Se tem ferida portanto, e se ela vem da mentira, ela pode ser classificada como maldade, e não mais como mentira ou traição.
E assim caminha a humanidade... ferindo e sendo ferido... Vamos debater isso??

Fraterno abraço
André Lacerda - Psicanalista
P.S.: A comunicação por via da internet é sempre muito rápida, e tudo passa correndo. Assim, repito e relembro que a edição em EBOOK do meu livro REFLEXÕES DO PSICANALISTA NA VIDA COTIDIANA, já está disponível. Além de ser uma opção de presente nessas épocas pré natalinas, acho que está bem feito e já é um sucesso... risos... pedidos pelo email  andrelacerda15@gmail.com