sábado, 17 de janeiro de 2015

Manicômios, Prisões e Conventos!

Duas histórinhas pra brindar esse sábado de muita chuva na parte mais meridional da América do Sul.

A primeira trata-se de uma questão envolvendo as ditas (famigeradas???) instituições totais, que tão bem o Erving Goffman (psicólogo americano) retratou em seu ótimo Manicômios, Prisões e Convetos que, aliás, recomendo à todos os aspirantes à psicocoisos.... rs
Uma jovem psicóloga manifestou ao experiente psicanalista sua vontade de trabalhar com os estudos das psicopatologias em uma instuição total, específicamente num presídio. 
O psicanalista imaginou que ela talvez tivesse a boa intenção de buscar as origens da perversão, das psicopatias em geral ou mesmo dos ditos novos transtornos que via de regra surgem a cada dia... 
Com uma pedância digna de Lacan nos melhores momentos de Lacan pedante, do alto de seu suposto saber questionou:

- De que valem os conceitos nosocomiais se não sabemos as vezes como amenizar o sofrimento de nossos pacientes? Achas que vale priorizar o conceito etmológico em detrimento do alívio e do consolo de quem sofre? Que uso farias de diagnósticos de TEPT(transtorno do estresse pós traumático) ou PMD(psicose maníaco depressiva hoje conhecida como transtorno bipolar do humor) dentro de um presídio????

E porque os psicanalistas são expressivos, levantou-se e prosseguiu:

- Conheço mais do que queria os presídios. E conheço mais do que queria os manicômios. Conheço pouco os conventos (se bem que tem o caso daquela freirinha no início da carreira... rs... mas isso é outra história...) e posso te garantir: As instituições totais são fechadas para o alívio da dor. Elas cumprem sua unica função que é exatamente institucionalizar. Porque instituições institucionalizam. Existem apenas quem domina e quem é dominado. O melhor e, ao meu juízo o único,  verdadeiro laboratório é o mundo livre. Onde pessoas livres manifestam suas dores, seus medos, suas angonias, suas vontade (endógenas e exógenas) e onde sobretudo, deixam fluir os seus instintos mais primitivos e os mais elaborados pela dita civilização. Guria??? Como fazer anamnese num presídio? e num hospício? e num convento???
Quando a jovem psicóloga saiu, o psicanalista pensou que tinha exagerado na pedância...

A segunda história tem a ver com um rei medieval e suas três esposas... e o rei tinha escolher a preferida... mas essa história vou deixar pra próxima crônica. 
E não esqueçam que ainda está a disposição o meu livro Reflexões do Psicanalista na Vida Cotidiana no formato EBOOK.. pedidos pelos email andrelacerda15@gmail.com e laura.ncunha@gmail.com

Fraterno abraço!
André Lacerda - Psicanalista
   

  

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