quarta-feira, 20 de maio de 2015

Um País no Divã!

Depois de uma parada por absoluta  falta de vontade de escrever, retomo minhas publicações tentando entender nosso momento cotidiano. 
Já fiz o exercício de analisar as nunces de algumas cidades, entre elas a minha amada Porto Alegre. Claro que num texto lúdico e restrito à licença literária.
Partindo desse contexto, poderíamos dizer que o País encontra-se acometido pelo que o Freud descreveu como sendo uma neurose de guerra (vide o homem dos ratos). 
No caso freudiano que citei, o homem, preso de guerra, temia a tortura que consistia em confinar o prisioneiro de modo que os ratos da cela penetrassem pelo seu ânus. Sugiro aos interessados que aprofundem a leitura na fonte. Ou seja , em Freud. 
Mas segue o baile... 
Vejamos... que:
Vivemos numa época insegura. Aqui mesmo no meu Estado, pelo que vejo nos jornais, a insegurança pública  está sob o comando de duas ou três facções criminosas que dominam o sub mundo. 
É gente morrendo que não é brincadeira não... 
E tem gente achando que pena de morte é solução, ditadura é solução, golpe é solução, que cadeia é solução, que tribunais de guerra e processos sumários são soluções. 
Ou seja... se seu cãozinho pega sarna,  dê uma paulada na cabeça dele que a sarna não se prolifera. A vida cessa... mas a sarna também... 
Mas isso não é problema pontual. O mundo está em crise de violência. Vejam nos Estados Unidos. Vejam na Europa. E Vejam nas suas cidades. 
E vejam nas redes sociais que surgiu como ferramenta de aproximação de pessoas e para a facilitação das relações humanas. Hoje se vê uma salada de frutas onde as frutas são fakes, tarados anônimos, pedófilos anônimos, nazistas anônimos (as vezes nem tão anônimos), perversos (de qualquer natureza!!!) anônimos e todo mundo vê isso com a legenda de kkkkkkkkk!
E vejam na fila do banco, nos corredores do super mercado, nas escolas, no trânsito cada vez mais igualmente neurótico, e até nos namoros de esquina. A neurose coletiva está à flor da pele. 
O Freud se referindo ao Stress, disse que era até compreensível e natural diante dos "tempos modernos" da Europa do século XIX.... 
Não sei o que o Freud diria nos dias atuais. Sei que uma das soluções pra isso (pra mim a única), seria diagnosticar a atual conjuntura não como de crise econômica, política, etc, mas sim como momentos de crise social e cultural. 
Acho que os males da civilização também relatados pelo Freud, estão se tornando tais como a neurose, visíveis à flor da pele. 
De resto, como disse um poeta popular do Rio Grande velho de Guerra: "Cada patriota gaúcho que faça sua parte!"   

Fraterno Abraço!
André Lacerda - Psicanalista


  

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