quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

O Pão com Ovo !

 Realmente tenho escrito pouco.

Penso que o algoritmo não sente muita falta de minhas crônicas, uma vez que não vou falar da luta entre Popó X Bambam...

À propósito: Esse Bambam não era um cara que ganhou um dinheiro do Big Brother da Globo porque casou com uma vassoura?

E o Popó não é aquele que foi multi campeão de Box?

Tchê...passamos 4 anos da mais absoluta treva e agora temos que nos submeter à isso??

Sem contar que o outro lá, que estava indo mais ou menos, já começou com aquela diarreia verbal falando de genocídio e tal.

Por favor assessoria...te liga!!!!

E tem aquela briga das duas irmãs que cantavam juntas e uma diz que a outra era uma e que a uma era outra e tral e tal...

Realmente o algoritmo não está sentindo falta de minhas crônicas...

Por aqui, a principal preocupação tem a ver com a textura da gema do ovo.

Não pode passar um milionésimo de segundo do ponto certo em que a gema flua tal como rio de ouro sobre a batata palha...

E isso me faz lembrar que a diferença da riqueza e da pobreza pode estar nas palavras ( até porque sou psicanalista...rs).

O pobre fala que só tem pão com ovo.

O rico fala que não existe maior prazer do que furar o ovo e deixar aquele fio dourado escorrer pela ponta fria do garfo, e logo embeber um pedaço de alvo pão e quem sabe, o ouro até escorra pelo lado da boca. ..

Notaram a diferença????


Fraterno Abraço 

André e Isabelle Lacerda

Psicanalista e Inspiração



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O Ballet das Lagartixas



Hoje, como todos os outros dias quando se é pai, foi um dia de coisas novas.

Logo cedo, descobri que os senhores Mark Suckerberger e Ellon Musk, dois dos homens mais ricos do planeta, estão numa disputa onde buscam novos tesouros: criadores de conteúdo. 

Me causou espécie. 

Seguindo o exemplo de vários amigos, professores, mestres de todo gênero que desde os tempos do Orkut criavam conteúdos psicanalíticos, filosóficos, tratados de saúde, promoviam debates sobre geopolítica, me tornei criador de conteúdo.

Primeiro foi no meu blog " O criador e a criatura" ( que ainda está on line mesmo que adormecido por razões absolutamente pessoais), e depois nas páginas do Facebook cujos donos generosamente me chamaram pra reproduzir minhas crônicas. Uma delas aliás, até meu nome tem e esse fato eu agradeço a deferência à Laura Nunes da Cunha minha editora poço de paciência que é a dona da página.

Anos atrás, num daqueles exercícios que não levam a nada, por curiosidade fiz uma estatística e vi que minhas crônicas já tinham sido lidas por mais de 400 mil pessoas...

Não acreditei na época e hoje nem sei o que pensar...mas ...nesse mundo de redes sociais tudo pode acontecer afinal...

Então me peguei pensando hoje:

Que tipo de criador de conteúdo os senhores donos do Facebook e do Twitter podem estar buscando hoje???

E pensei... e pensando ...deprimi.

Jamais eu ou meus mestres, professores, colegas todos dinossauros herdeiros dos ensinamentos de Freud, Lacan, Copenhaguen, Roterdan, Nietzsche e etc, estariam sequer nos pesadelos do Sr Zuckerberg ou do Sr Musk. 

Nossos conteúdos não interessam mais.

E estava entrando numa tristeza média quando ela me salva:

- Papaaaaiii!!!!! Acordei!!!!

Isabelle me salvou pela bilhonésima vez de cair num estado melancólico. 

E logo de cara, ela me lembra de nossa conversa da noite anterior:

- Porque nós não vemos as Lagartixas de dia papai?

- Porque elas só dançam pelas nossas paredes brancas à noite?

- Eu posso botar nome nas minhas Lagartixas papai???

Ela tem o dom de me desconsertar com tantas perguntas...

Não sou muito conhecedor da vida desses simpáticos bichinhos, mas explico que durante o dia elas dormem, e à noite saem para ensaiar seu ballet, comer e pra descobrir as coisas que possam existir entre as paredes brancas da casa.

Aproveito e digo que elas são nossas amigas, e que comem os mosquitos que nos atormentam e causam doenças, e como são nossas amigas, acho que podemos das nome à elas...

Deixo ela por uns minutos sozinha, e logo volto com o iogurte e o mamão do ritual matinal e ela está ajoelhada perto das floreiras com os olhos cheios de lágrimas...

E quando me vê chora. 

Mas não era o choro do dodói ou a manha natural...

Era um choro de tristeza. Pude sentir a tristeza dela...

Ela não conseguia falar e com a mãozinha trêmula me indicava o motivo de tamanha tristeza.

Uma lagartixa morta já parcialmente devorada por minúsculas formigas...

- Ela morreu papai! Ela está morta. 

Não me contive e tive que chorar também...

Me controlei. 

Expliquei o ciclo da vida e que na natureza é assim...

- Minha filha...a natureza é quem manda nessa aventura que chamamos de vida...

Não sei se ela entendeu tudo que falei... e falei... e falei...e falei.

E ela me surpreendeu novamente porque nunca tínhamos falado disso:

- Papai...eu tenho que botar uma roupa preta porque a Lagartixa morreu?

A vontade foi de gargalhar, mas me contive e falei que não precisava não...

E fiquei triste vendo ela sentir a dor do luto pela primeira vez...

E fui mudando de assunto torcendo pra que as formigas fizessem logo seu trabalho...

E fomos brincar. ...

Passaram-se uns bons 60 minutos...

E ela novamente me desconserta:

- Papai! Promete pra mim que tu nunca vai morrer?????

- Prometo minha filha. Vou estar sempre contigo.


Fraterno abraço

André Lacerda 

Psicanalista