Confesso que nunca tinha me detido na etimologia do termo "baixo clero" amplamente utilizado no cenário político nacional.
Meu senso dizia que o termo se referia à políticos sem muita representatividade ou com representatividade questionada.
Vou aqui, hoje, relatar o que tenho entendido sobre o tema, e de antemão aviso aos mais sensíveis que posso, por não ser um repolho, ser agressivo e quem sabe até cruel.
Nos últimos meses, passadas as eleições e designados pela vontade do povo os novos governantes, tenho observado corriqueiro desfile dos membros do "baixo clero" que deixa um rastro nojento de baba peçonhenta nas vielas paralelas às perimetrais que levam aos palácios.
Alguns, mesmo que legitimamente eleitos, os classifico como caudilhos contemporâneos cujos seguidores são os desesperançados e esquecidos pelo sistema, e que por não terem referência, atiram-se às garras daqueles como se fossem pedaços apodrecidos de carne disputados pelos corvos.
Eles se vestem de branco, mas o que os caracteriza é o preto de seus olhos com os quais hipnotizam seus exércitos de pigmeus que sonham emergir dos pântanos fétidos e escuros que fazem moradas.
Ágeis como as perigosas mambas negras africanas, percorrem sorrateiramente os caminhos que os justos acreditam ser apenas de flores e de raios de sol. Os justos não percebem que entre as flores e os raios de sol, tem o perigo fatal que emana da boca preta da cobra verde africana.
Junto com o caudilho vem o caudatário. Este é aquele que segura e carrega a cauda do manto da autoridade nas solenidades oficiais e mesmo nas "não oficiais", se é que meu suposto leitor entende.
O caudatário é um servil sem originalidade, que infecta as botas já enlameadas, com sua baba gosmenta e que acaricia com suas mãos gordas e gordurosas a genitália de qualquer Napoleão que não tenha sido ainda exilado nas ilhas do sul.
Triste estou por observar que nossos palácios recém reformados, continuam infectados por bactérias criadas no fígado inchado do "baixo clero"...
Fraterno Abraço
André