sábado, 30 de abril de 2011

Diana! A Mitológica Deusa da Caça.

Não serei eu, mera criatura, quem vai dizer que Diana entrou na minha vida por acaso. Freud, o criador, já estabeleceu que o acaso não existe.
Portanto, vamos aos fatos, como dizem os advogados ao iniciarem suas lides de defesa ou de acusação. Prezados leitores, me julguem somente no final da exposição dos motivos...    
Era uma quinta feira nebulosa aquela. Ainda pela manhã um estado quase melancólico me sinalizava que o dia seria diferente e que provavelmente algumas angústias em mim encontrariam morada.
O café forte e preto fazia seu papel despertador e o jornal já me esperava repousando no ventre da caixa de metal emprenhada pontualmente pelo jornaleiro.
A segunda página já tornou mais nebulosa minha manhã de outono gaúcho. Penso que os barões famintos dos becos imundos estarão de olhos vidrados nas vitrines de TV, vibrando com o casamento dos pequenos burgueses de Londres como se aquilo fosse tão importante como o grenal que se aproxima.
Lembro do Chico e canto em silêncio: "... vão viver sob o mesmo teto até explodir o ninho..."!
Ao sair de casa, já percebo que minha tolerância ante aos mal educados motoristas da filas duplas está em fase de profundo esgotamento. Na primeira sinaleira, alguém de idade indefinida, para ao meu lado e previ que o verde do sinal levaria séculos para aparecer. O carro velho dele, carregava sob o chassi uma boate de última geração. Empanturrado de decibéis e da péssima mistura de pagode com sertanejo universitário (argh...), faço uma cara tão feia que o indivíduo  obrigou-se a diminuir o volume para que somente metade da cidade ouvisse.     
Minha agenda daquele dia abriu-se nas primeiras horas da tarde daquela quinta...
Resolvi dirirgir à esmo... e assim... me deparei com ela!
Quando a vi, lembrei do ótimo Antônio Carlos Resende, escritor gaúcho. Ele, num título seu descreveu a visão que eu estava tendo pela primeira vez: Magra mas não muito, as pernas fortes, morena.
Diana me fuzilou com seus olhos verdes e desse olho no olho, ficou evidente que ficarímos juntos naquela tarde que começava a ficar iluminada...
Pragmático, percebi que aquela que, não por acaso tinha o mesmo nome da mitológica deusa da caça, não vinha de berço explendido e que apesar de sua pouca idade, provavelmente já tinha passado por privações amargas.
Me encantei por ela. Seus cabelos negros... seus olhos claros... suas pernas fortes...o resplendor  de sua condição de ninfeta... Me encantei por ela...
Naquela tarde de quinta, o corpo de Diana respondeu aos meus carinhos. A cada toque que eu proferia em suas pernas e nas suas curvas, minha deusa da caça tornava-se mais e mais cativa...
Não tive coragem de deixá-la e resolvi assumir Diana levando-a para casa. A loura amada que divide comigo há mais de vinte anos a cama, centenas de alegrias e milhares de angústias, entenderia... afinal, que monstro seria eu se abandonasse Diana depois daquela tarde? A Loura Amada entendeu...
No final daquela tarde, nós três percorremos a cidade em busca das melhores iguarias, e Diana ganhou um banho de loja.
Linda por natureza, a sílfede transformou-se na mais nova alegria da minha vida...
Naquela noite, me dividi entre a cama da amada esposa, e o quarto de hóspedes de onde ao longe sentia o perfume doce da loção de Diana...
Hoje sábado, programei que confraternizaremos com salmão e cabernet sauvignon...afinal, Diana está conosco para ficar.
Diana, a nossa mitológica deusa da caça, uma linda gatinha de dois meses de idade, da raça Sagrado da Birmânia, integra-se aos sete canários belgas ( Sigmund Freud e seus filhos ) e transformam em verão cada dia de outono das nossas vidas.

Fraterno Abraço
André   
                  
   

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