quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Nosso Destino Espartano!

Pois é!!! Andei meio sem inspiração...
Foram alguns dias de difícil digestão.
Vi corruptos contumazes deixarem o cárcere com suas caras de vítima e com suas belas acompanhantes que fazem pose para chamar a atenção de alguma revista de belas fotos e de índole duvidosa.
Vi psicopatas perversos mutilando, estuprando e matando inocentes e depois de tudo feito, na mais perfeita lucidez e calma rescaldarem os cadáveres destroçados não demostrando o menor respeito pela vida humana.
Vi a bela cidade de joelhos no lixo que cobria os corpos dos pigmeus do boulevard.
Vi professores e pais subjugados pela fúria cracolenta que consome numa progressão geométrica, aquilo que poderíamos chamar de civilidade.
E vi e vivi tudo isso nestes últimos dias...
E de tudo que vi, para meu absoluto espanto e desespero, tudo estava sob a égide da lei, e tudo estava outorgado pela a autoridade e pela justiça...
Então... estupefato, parei!
Precisava respirar o ar da esperança que catárticamente deveria retemperar minha alma ferida de morte.
Busquei o tal ar andando pelo Rio Grande.
Andei do ocidente ao oriente e percorri com orgulho provinciano as terras gaúchas.
Em cada palmo de chão que eu pisava, cada passo era marcado pela minha respiração ofegante que buscava captar cada partícula de ar.
E eu pisava no mesmo solo republicano que moldurou de lirismo a história heróica de meu Estado!
Quanto mais distâncias eu percorria, mais distante eu ficava da realidade que me fez andar...
E o chão sagrado me inspirava. O mesmo chão sagrado onde lutavam juntos negros, italianos, alemães e brasileiros contra a injustiça e a opressão, fundamentados todos pelo ideal gaúcho republicano.
Perto da fronteira, pude sentir minha alma sendo reformada pelos atabaques libertários dos lanceiros negros de Netto e Teixeira Gavião Nunes.
Pelos rios do pampa, pude sentir amenizar a sede de meu espírito com os cantos alegres dos carbonários italianos que os entoavam flamulando lenços tricolores com dizeres de Liberdade, Igualdade e Humanidade...
Voltando, a BR 290 e seu movimento progressivo, aos poucos ia me fazendo voltar do doce delírio que me levou ao tempo dos farrapos.
Agora que retornei, acho que algo de meu sonho pampeano ficou martelando no meu consciente urbano que sofre com as agruras do século 21.
Acredito que os bons ventos que se originam no oriente possam nos trazer esperanças que culminem quando o minuano bater nas nossas janelas de junho...
Então, quando o inverno chegar, que sejamos gregos na glória, na virtude troianos e que se reviva Atenas.
Mas não esqueçamos jamais, que o destino nos fez ESPARTANOS!

Fraterno abraço
André             

Um comentário:

  1. sabe me emocionei hoje ... em saber que ainda existe! amor ao proximo , ao pensar que vida tem tantas tristezas! e que mesmo assim precizamos achar beleza obrigada por ter pessoas como vc ... um grande abraço . ass: a capixaba

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