segunda-feira, 3 de maio de 2010

Grito pela América Latina!

Certamente eu devo estar paranóico ou com problemas para entender a realidade que os jornais estão estampando (pelo menos à mim).
Será que só eu estou vendo uma manobra populista que planeja escravizar à Latino América, com tentáculos fortes no Brasil?
Será que a minha loucura atingiu a fase delirante que me fez sentir e ver que as instituições estão sendo bombardeadas pelos mesmos pseudo ideais que dizimaram o Leste Europeu nas décadas de 50, 60,70 e 80??
Será que o meu delírio paranóico está me fazendo temer o fato de que o populismo fascista de caudilhos pode ser a pá de cal numa cultura absolutamente libertária e justa na sua origem?
Apelo aos meus amigos juristas que não esqueceram que o Direito é somente o caminho para a JUSTIÇA;
Apelo aos meus amigos artistas que ainda acreditam que só é justo cantar, quando o canto representa aqueles impossibilitados de ter voz;
Apelo aos meus amigos professores que ainda não foram inoculados com o veneno déspota dos aventureiros sociais que teimam em transformar nossos jovens em idiotas massificados;
Apelo aos meus amigos militares que nunca confudiram patriotismo com fanatismo e tirania;
Apelo aos meus amigos médicos que ainda vivem para amenizar o sofrimento humano sabendo que o máximo que podem prometer é consolo;
Se eu estiver enganado ou delirando, por favor meus amigos me esclareçam...
Mas o que vejo, é uma massificação latino americana, onde o niño pueblero, menino cidadão, não pode ter outro sonho que não seja ser um testa de ferro do traidor dos aplausos, instrumento sem maiores pretensões como diz Silvio Rodriguez no poema que transcrevo abaixo, inclusive com a tradução.
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La Maza ( Silvio Rodriguez )


Si no creyera en la locura
De la garganta del sinzonte
Si no creyera que en el monte
Se esconde el trino y la pavura

Si no creyera en la balanza
En la razón del equilibrio
Si no creyera en el delirio
Si no creyera en la esperanza

Si no creyera en lo que agencio
Si no creyera en mi camino
Si no creyera en mi sonido
Si no creyera en mi silencio

¿Qué cosa fuera, qué cosa fuera la maza sin cantera?
Un amasijo hecho de cuerdas y tendones
Un revoltijo de carne con madera
Un instrumento sin mejores pretenciones
Ue lucecitas montadas para escena
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera
Un testaferro del traidor de los aplausos
Un servidor de pasado en copa nueva
Un eternizador de dioses del ocaso
Júbilo hervido con trapo y lentejuela
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera?
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera?


Si no creyera en lo más duro
Si no creyera en el deseo
Si no creyera en lo que creo
Si no creyera en algo puro

Si no creyera en cada herida
Si no creyera en lo que rondé
Si no creyera en lo que esconde
Hacerse hermano de la vida

Si no creyera en quién me escucha
Si no creyera en lo que duele
Si no creyera en lo que quede
Si no creyera en lo que lucha

¿Qué cosa fuera, qué cosa fuera la maza sin cantera?
Un amasijo hecho de cuerdas y tendones
Un revoltijo de carne con madera
Un instrumento sin mejores pretenciones
De lucecitas montadas para escena
¿Qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿Qué cosa fuera la maza sin cantera?

A Massa

Se eu não acreditasse na loucura
Da garganta do pássaro cantor,
Se eu não acreditasse que no monte
Se esconde o canto e o medo...

Se eu não acreditasse na balança,
Na razão do equilíbrio,
Se eu não acreditasse no delírio,
Se eu não acreditasse na esperança...

Se eu não acreditasse no que gerencio,
Se eu não acreditasse no meu caminho,
Se eu não acreditasse no meu som,
Se eu não acreditasse no meu silêncio...

Que coisa fosse, que coisa fosse a massa sem pedreira?
Um amassado feito de cordas e tendões,
Uma confusão de carne com madeira,
Um instrumento sem melhores pretencões
De luzinhas montadas para cena...
Que coisa fosse, coração, que coisa fosse?
Que coisa fosse a massa sem pedreira?
Um testa-de-ferro do traidor dos aplausos,
Um servidor antigo com taça nova,
Um eternizador de deuses mortos,
Júbilo fervido com trapo e lantejoula . . .
Que coisa fosse, coração, que coisa fosse?
Que coisa fosse a massa sem pedreira?
que coisa fosse, coração, que coisa fosse?
que coisa fosse a massa sem pedreira?

Se eu não acreditasse no mais duro,
Se eu não acreditasse no desejo,
Se eu não acreditasse no que acho,
Se eu não acreditasse em algo puro...

Se não acreditasse em cada ferida,
se não acreditasse no que ronde,
se não acreditasse no que esconde
Se fazer irmão da vida...

Se eu não acreditasse em quem me escuta,
Se eu não acreditasse no que dói,
Se eu não acreditasse no que fique,
Se eu não acreditasse no que luta...

Que coisa fosse, que coisa fosse a massa sem pedreira?
Um amassado feito de cordas e tendões,
Uma confusão de carne com madeira,
Um instrumento sem melhores pretenciones de luzinhas Montadas para cena...
Que coisa fosse, coração, que coisa fora?
Que coisa fosse a massa sem pedreira?

Fraterno abraço
André

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