domingo, 7 de abril de 2013

Fulanos e Sicranos!


Meus prezados amigos!


Hoje, homenageio meus amigos Vinícius Cornelli e Maurício Vieira da Cunha, homens públicos, comunicadores e sobretudo meus amigos. 
Aos dois, desejo todas as felicidades do mundo, e lhes ofereço ( e por extensão à todos os leitores)  a bela poesia do meu amigo Mauro Morais.
Espero que não me desejem trens atropeladores e legistas tarados... risos.
Fraterno abraço!!!
P.S.: Aos amigos de outros e Estados e países, me ponho a disposição para fazer vezes de tradutor. O RS tem uma linguagem  própria... risos

Fulanos e Sicranos 

Pensei que fosse um galope, um sonho de-à-trote,
acariciando de toda esta milonga sem rima,
que enrudilhada nas clinas, rejeita tudo que sobra...
Podia ser de-à-cavalo, este entono de galo,
este manejo de freio, este olhar de posseiro,
que amadrinhado nos tentos, estima o suor que lhe sobra.
Pensei que fossemos cúmplices, múltiplos, meigos,
mansos, soltos, vagos, cabeça de gado,
potro e rodeio, na leva dos aremates...
Pensei que fossemos caça, várzea, rio cheio,
campo, quebranto, blanco, chimango,
peão e chibeiro, no aparte do buenas-tarde.
Ai!milonga... milonga buena.

Podia haver mais um catre, uma rodada de mate,
uma noitada, um afeto, um bem-me-que descoberto,
uma qualquer novidade, alheia a nossa vontade...
Podia haver mais que terra, pouca miséria,
junta, carreta, soga e soiteira, canga e arado,
benfeitoria e machado.
Pensei que fossemos fruto, suco, bagaço,
lenha, coivara, verde, queimada,
na alienação das porteiras do mata-burro a estrada!

Pensei que fossemos bando, nômades, músicos,
mouros e manos, fulanos sicranos,
sábios paisanos no despertar da manada!
Ai! milonga.... milonga buena.

Talvez me faça costado outra milonga ou gateado,
outra figueira, outra sombra, outra paixão sem delongas,
outra carícia antiga, mimosa como a saudade!
Talvez nem seja preciso usar o mesmo alarido,
do quero-quero teatino do boi-tá-tá de mangueira,
pra afugentar as ovelhas arrebanhadas pro gasto!

Preciso acostumar meu dom, aperfeiçoar a voz,
fortalecer o rebanho... ah! que tolice a minha, fazendo minha vidinha, ensimesmado de abraços!
Preciso amamentar a fome toda dos guachos,
regar a sede dos pastos dar pérolas aos porcos,
fazer tudo que gosto, pra dar porfia  ao passo!
Ai!milonga.... milonga buena.
Podia haver mais um catre, uma rodada de mate,
uma noitada, um afeto, um bem-me-que descoberto,
uma qualquer novidade, alheia a nossa vontade...
Podia haver mais que terra, pouca miséria,
junta, carreta, soga eoiteira, canga e arado,
benfeitoria e machado.

Pensei que fossemos fruto, suco, bagaço,
lenha, coivara, verde, queimada,
na alienação das porteiras do mata-burro a estrada!
Pensei que fossemos bando, nômades, músicos,
mouros e manos, fulanos sicranos,
sábios paisanos no despertar da manada!
Ai! milonga.... milonga buena.

Talvez me faça costado outra milonga ou gateado,
outra figueira, outra sombra, outra paixão sem delongas,
outra carícia antiga, mimosa como a saudade!

Talvez nem seja preciso usar o mesmo alarido,
do quero-quero tetino do boi-tá-tá de mangueira,
pra afugentar as ovelhas arrebanhadas pro gasto!
Preciso acostumar meu dom, aperfeiçoar a voz,
fortalecer o rebanho... ah! que tolice a minha, fazendo minha vidinha, ensimesmado de abraços!
Preciso amamentar a fome toda dos guachos,
regar a sede dos pastos dar pérolas aos porcos,
fazer tudo que gosto, pra dar por fim ao passo!
Ai!milonga.... milonga buena

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