quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sangrando!

Conheço alguém que está sangrando...
Talvez por isso, conversamos intensamente, e quando converso me lembro da música do Gonzaguinha: "e se eu chorar e o sol molhar o meu sorriso, não se espante cante que o seu canto é minha força pra cantar..."
Hoje, conversamos ( eu e esse alguém que sangra) sobre um cara que viveu à mais ou menos 2000 anos...
O tal sujeito, era o protótipo da alma boa. Pregou a paz e a igualdade como premissas para o amor num mundo de desigualdades, bélico e de absoluto poder pela força.
Era fraterno.
Dividiu o pão que não tinha com os famintos ( provavelmente pra isso se endividou com algum agiota), e abdicou de sua familia para confortar leprosos, gentios, e toda a classe de desvalidos.
Acolheu as prostitutas com o carinho e o amor do pai que há muito tinham perdido, e a elas falou do verdadeiro amor.
Intercedeu pela adúltera e pelo ladrão.
Ofereceu a outra face em resposta as bofetadas, e suas lágrimas eram de sangue quando sentiu que estava só.
Há quem diga que ressucitou...
Mas se ressucitou foi depois de morto.
Antes de ser morto, foi traído por um dos seus amigos fiéis (???), e destes, aquele que se dizia mais amado, na eminência da luta, lhe negou 3 vezes antes mesmo que o galo cantasse.
Foi torturado, humilhado e morto entre facínoras inimigos do povo.
Ahh... mas antes foi julgado! Julgado e condenado por ter sido fraterno, ter alimentado famintos, ter curado os doentes, ter acolhido as prostitutas e por ter falado de amor num tempo que era proibido amar. Estes foram seus erros, além de ter sonhado com um mundo que julgava melhor.
Que bela lição esse homem nos deixou...
Portanto meu amigos, muito cuidado quando forem falar de amor, quando forem fraternos com meretrizes e solidários com as adúlteras. Somente nas sombras alimentem famintos, e principalmente, pensem muito bem antes de tentarem expulsar os vendilhões do templo.
Como o homem ensinou, seu fim poderá ser a traição, a humilhação, a tortura e a morte lenta da cruz.
Conheço alguém que sangra...
Fraterno abraço
André

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