quinta-feira, 4 de março de 2010

Uma Batalha para Combater o Bom Combate!

O guerreiro se aproxima do campo de batalha pensativo e munido de todas as suas armas. O caminho é silencioso e pelo seu pensamento milhares de coisas vão passando como se estivesse recapitulando cada momento de sua existência.
Em breve chegaria ao local da batalha, onde certamente seu adversário já estava. Na verdade sabia que o adversário conhecia bem o terreno, afinal era nativo dali. Ali estava desde o seu nascimento e conhecia cada acidente geográfico, cada curva e cada detalhe enfim.
A calmaria que antecede o combate é algo que tranquiliza e excita.
Na verdade não sabe muito sobre o seu adversário naquela que promete ser uma batalha de vida e morte. Sabe que está sozinho, mas nada sabe de seu adversário. Será apenas um??? Serão dezenas?? Centenas?? De qualquer forma, o guerreiro sente-se preparado. Uma batalha de vida e morte.
Programou-se durante meses para aquele momento. Ná véspera, reuniu suas armas, lubrificou-as e testou-as. Preparou-se física e espiritualmente.
Chegando no front, depara-se com a mansidão da natureza e escolhe criteriosamente sua trincheira. 
Uma larga margem coberta de vegetação e terra úmida, e uma vasta quantidade de água calma limitam os dois espaços do campo de batalha.
O guerreiro atento e em silêncio prepara-se para o confronto.
Uma fina linha verde fosfuorescente separa o guerreiro de seu adversário. A linha é tecnologicamente testada. De procedência japonesa, foi elaborada para começar a vibrar assim que o combate se inicia-se.
Silêncio no front... a linha verde permanece imóvel... o guerreiro aguarda quase em transe. Medita em plano nirvânico...
Naqueles momentos que antecedem o combate pensa nas outras questões de sua vida. Será que todos os outros conflitos foram assim como este? Neste, sabe-se, combaterá o bom combate. Existe um respeito mútuo entre os antagônicos. Será que sempre foi assim? 
A noite cai, e somente a linha verde brilha sob as águas separando os guerreiros...
O momento seria de oração se o guerreiro não fosse ateu. Os animais da mata proferem uma sinfonia selvagem por vezes assustadora, por vezes mágica e iluminada.
A linha verde começa a tremer sutilmente. O guerreiro prepara-se, pois sabe que em breve começará a luta. Aguarda imóvel.... 
A linha verde treme frenéticamente. O guerreiro salta de seu abrigo, e de arma em punho começa a guerra. Destrava sua Cougart fabricada em fibra de carbono, libera o gatilho e parte para o ataque.
Passam-se dois.. três minutos naquele combate de guerreiros...Quem vencerá??
Perto da margem, por força do combate, ambos se encaram num duelo mortal. Olho no olho. Em breve vida ou morte...
Eis que então....
O peixe esperto livra-se do anzol levando consigo a isca...a linha se solta deixando o pescador rindo de si mesmo, feliz pela aventura, e maldizendo desportivamente a traíra que nada livre pelos aguapés...
Como é doce a aventura de poder pescar...risos

Fraterno abraço
André 
   

  

Um comentário:

  1. Caro escritor e amigo!! lendo esse texto surpreendente não pude deixar de cumprimentar-lhe pela delícia de leitura q sempre nos proporciona. MARAVILHOSO TEXTO.PARABÉNS!! Adriana.

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