Não vou me arvorar à historiador. Fatos e cronologia, vou deixar para quem se interessar se aprofundar. Recomendo Carlos Reverbel, Apolinário Porto Alegre, Martin Fierro, Josué Guimarães e tantos outros.
Meu escrito será de amor e de respeito, sem a obrigação de ser científico e nem de ser poeta ufanista.
Pra falar do Rio Grande, e principalmente para tentar explicar (aquilo que eu considero um estado de espírito e não um aspecto geo social) o gauchismo, faz-se necessário entender-mos e conhecermos a origem. Freud disse que se quissessemos conhecer a humanidade, deveríamos entender a origem, e a origem pode estar retratada no mito.
No começo, esse pedaço do mundo não era considerado algo próspero pelos poderosos de Portugal e Espanha.
Portugal, pelos tratados, era a dona e para o continente, só eram enviados os desvalidos da sorte, "personas non gratas" na côrte, meretrizes e aventureiros sem nenhum crédito.
Nativos, eram os amerídios (charruas, minuanos, guenoas e etc), que aos poucos eram castrados de sua condição liberta em nome do deus trazido pelos jesuítas.
Jaime Braun, definiu essa raça como :" Rei de mim mesmo. Senhor da natureza selvagem, com a religião da coragem e o sol de bronze na cor!"
Depois, vieram os paulistas ( na verdade portugueses bandeirantes), que por desisteresse ou medo logo optaram por explorar lugares mais próximos da segurança do poder central.
E depois, tivemos quase três séculos de continuas chegadas de povos estrangeiros, fundamentalmente os europeus ( portugueses, espanhóis, italianos, alemães e outros em menor quantidade) e os africanos (na condição de escravos) e que força e obra dos desejos e das paixões foram se misturando, e dando origem ao que hoje na campanha gaúcha é conhecida como a raça "pelo duro".
Ainda neste primeiro texto, é bom saber que o Rio Grande dos séculos XVI, XVII e XVIII, na verdade era um teatro de muitas guerras, na grande maioria delas tendo como antagônicos os espanhóis e os portugueses.
Eu disse na grande maioria... Mas em TODAS tinha um elemento que em TODAS lutou. E mais. Lutou pela sua própria sobrevivência. O índio liberto, antes de qualquer intervenção estrageira.
Acho que é neste elemento antropológico que devemos buscar a origem de nossa natureza libertária, guerreira e diferenciada dos demais brasileiros.
Acho que é ai, que encontraremos a explicação de sermos tão orgulhosos por termos nascido gaúchos. Acho até, que é ai que encontramos nossa mais efetiva origem, e portanto vou me fixar neste elemento para seguir nesta série de textos sobre o Rio Grande do Sul.
Quando passo pelas planícies gaúchas, gosto de me imaginar voando livre pelos solos pampeanos, tal qual nossos mais remotos antepassados...
Mas... amanhã prosseguimos...
Fraterno abraço
André
Eu amo os gaúchos, e principalmente o Senhor. Mas por favor, evite o egocentrismo gaúcho tá? beijos
ResponderExcluirAmanda/ Jundiaí - SP
Prezada Amanda,
ResponderExcluirAté o momento não há um pingo de egocentrismo nos textos.
Infelizmente, os povos de outros Estados não têm o mesmo orgulho que nós temos pela nossa terra. O Dr André está apenas, por enquanto, contando fatos históricos que ocorreram, assim como sua percepção.