quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eu Sou do Sul - 1ª Parte

Não vou me arvorar à historiador. Fatos e cronologia, vou deixar para quem se interessar se aprofundar. Recomendo Carlos Reverbel, Apolinário Porto Alegre, Martin Fierro, Josué Guimarães e tantos outros.
Meu escrito será de amor e de respeito, sem a obrigação de ser científico e nem de ser poeta ufanista.
Pra falar do Rio Grande, e principalmente para tentar explicar (aquilo que eu considero um estado de espírito e não um aspecto geo social) o gauchismo, faz-se necessário entender-mos e conhecermos a origem. Freud disse que se quissessemos conhecer a humanidade, deveríamos entender a origem, e a origem pode estar retratada no mito.
No começo, esse pedaço do mundo não era considerado algo próspero pelos poderosos de Portugal e Espanha.
Portugal, pelos tratados, era a dona e para o continente, só eram enviados os desvalidos da sorte, "personas non gratas" na côrte, meretrizes e aventureiros sem nenhum crédito.
Nativos, eram os amerídios (charruas, minuanos, guenoas e etc), que aos poucos eram castrados de sua condição liberta em nome do deus trazido pelos jesuítas.
Jaime Braun, definiu essa raça como :" Rei de mim mesmo. Senhor da natureza selvagem, com a religião da coragem e o sol de bronze na cor!"
Depois, vieram os paulistas ( na verdade portugueses bandeirantes), que por desisteresse ou medo logo optaram por explorar lugares mais próximos da segurança do poder central.
E depois, tivemos quase três séculos de continuas chegadas de povos estrangeiros, fundamentalmente os europeus ( portugueses, espanhóis, italianos, alemães e outros em menor quantidade) e os africanos (na condição de escravos) e que força e obra dos desejos e das paixões foram se misturando, e dando origem ao que hoje na campanha gaúcha é conhecida como a raça "pelo duro".
Ainda neste primeiro texto, é bom saber que o Rio Grande dos séculos XVI, XVII e XVIII, na verdade era um teatro de muitas guerras, na grande maioria delas tendo como antagônicos os espanhóis e os portugueses.
Eu disse na grande maioria... Mas em TODAS tinha um elemento que em TODAS lutou. E mais. Lutou pela sua própria sobrevivência. O índio liberto, antes de qualquer intervenção estrageira.
Acho que é neste elemento antropológico que devemos buscar a origem de nossa natureza libertária, guerreira e diferenciada dos demais brasileiros.
Acho que é ai, que encontraremos a explicação de sermos tão orgulhosos por termos nascido gaúchos. Acho até, que é ai que encontramos nossa mais efetiva origem, e portanto vou me fixar neste elemento para seguir nesta série de textos sobre o Rio Grande do Sul.
Quando passo pelas planícies gaúchas, gosto de me imaginar voando livre pelos solos pampeanos, tal qual nossos mais remotos antepassados...
Mas... amanhã prosseguimos...
Fraterno abraço
André

2 comentários:

  1. Eu amo os gaúchos, e principalmente o Senhor. Mas por favor, evite o egocentrismo gaúcho tá? beijos
    Amanda/ Jundiaí - SP

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  2. Prezada Amanda,

    Até o momento não há um pingo de egocentrismo nos textos.
    Infelizmente, os povos de outros Estados não têm o mesmo orgulho que nós temos pela nossa terra. O Dr André está apenas, por enquanto, contando fatos históricos que ocorreram, assim como sua percepção.

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