sábado, 9 de maio de 2009

Eu Sou do Sul - Final

Pois então???
Aquele elemento que falei anteriormente, o ameríndio natural das plagas gaúchas, será o objeto da segunda parte da série sobre o Rio Grande do Sul.
Cerne de uma raça, soberano das planícies selvagens vivia em plena harmonia com pampa, coxilha e litoral.
Com a chegada dos brancos europeus, incluindo os jesuítas, de rei e senhor de tudo, tornou-se o índio proscrito, egresso da sociedade e subjugado em nome da cruz e da espada estrangeiras sedentas de ouro e poder.
Se esse elemento tivesse seguido meramente o exemplo de outros povos invadidos e subjugados (demais amerídios da América, incluíndo aqueles dos Estados Unidos e Canadá), é bem provável que tivéssemos idéia da existência dele, somente nos museus, em pobres reservas obscuras, ou nas praças da cidade sob a forma de mendigos vendendo cestos.
Mas... aconteceu algo. Um único detalhe diferencial. E é esse detalhe, que ao meu ver formou o gaúcho e originou o gauchismo, que inclusive aqui, já foi classificado de egocentrismo.
Esse detalhe, fundamenta-se no fato de que o índio gaúcho, não se submeteu ao jugo invasor.
O gaúcho, incorporou-se no sistema, tornando-se soldado desde menino. E entre soldados portugueses, espanhóis, etc, o gaúcho enquanto gênero, tornou-se o melhor dos soldados.
Por sorte, o Rio Grande foi um campo de batalha e um quartel e toda a sua extensão, por mais de trezentos anos, e num lugar assim, somente soldados guerreiros poderíam sobreviver.
Mas, como isso se deu, é assunto pra aqueles que querem se aprofundar, e indico que busquem a história, e leiam as guerras do sul (Cisplatina, Farrapos, Paraguai e todas as outras que se seguiram, inclusive o movimento da legalidade na década de 60).
O que quero sim, é falar do gaúcho enquanto gênero humano, e que muitos chamam de egocêntrico, separatista e se achando o gás da coca-cola.
Em todas as lutas, o Rio Grande e os gaúchos, lutaram para continuarem sendo BRASILEIROS.
Formou-se no Rio Grande, uma cultura que espraia-se por todo o planeta. E é única!
Quem duvidar, passe uns dias na bela Laguna em Santa catarina. Desfrute uns dias nas praias do Rio de Janeiro e percorra o pantanal brasileiro e o norte e nordeste.
Em qualquer lugar do Brasil, onde prenunciar-se progresso pacífico e ordenado, se observar com olhos de ver, verá ao longe, talvez no alto de algum morro ( porque coxilha só existe no Rio Grande), uma sombra confundindo-se com a moldura da natureza.
Uma sombra, de forma mitológica. Na forma de centauro... Homem e cavalo. Em silêncio, fica observando... cuidando... de lança em punho, pronto para o combate em nome da liberdade dos homens de bem.
Fraterno Abraço
André

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