Eita coisa mais chata ter de ler e escutar toda a gama de bobagens depreciativas. Leio e escuto por ser um libertário e doido de doer pela democracia. Nem sempre respondo. Mas quando julgo que uma resposta pode ser produtiva, alimento o debate.
Me explico:
Dia desses em um de meus artigos, escrevi que a Psicanálise era parente próxima das artes e principalmente da literatura, e que o Freud era o principal defensor dessa ideia.
Então alguém usando de anonimato, desceu o cacete na minha "ignorância", dizendo que o Freud era um egocêntrico que odiava toda manifestação cultural e humana que não fosse de sua própria lavra.
Então tá!!!
Não sei se devo citar o Freud referindo-se à Gestapo ou se cito o técnico da seleção da Croácia referindo-se ao árbrito japonês.
Deixamos o momento futebolísco de lado né??? Vou citar o Freud... risos.
Então senhor ou senhora anônimo(a) faço as seguintes ponderações às suas considerações ao meu artigo:
Há uma notícia que Freud não suportava ouvir música nos seus momentos de crises de dor produzidas pelo câncer.
Eu não sei se eu iria querer escutar música depois de sofrer dores terríveis por dezesseis anos e ainda suportar o desconforto permanente de uma prótese (que ele chamava de O monstro) que separava a boca da cavidade nasal. Na mesma época que Freud supostamente fez essa declaração sobre a música ele escreve a Lou Andreas-Salomé:
"Aqui está uma pessoa que, em vez de trabalhar duro até a velhice e então morrer sem preliminares, contrai uma doença horrível na idade madura, tem de ser tratada eoperada, dissipa seu dinheirinho ganho com sacrifício, gera e desfruta descontentamento e, em seguida, arrasta-se por aí indefinidamente como um inválido." ( Carta de 1924)
Freud sabia que a extraordinária perscrutação da alma humana realizada pela literatura não tinha par e sorveu tudo o que pôde das obras e autores que admirava. A ciência psicanalítica nascia SIM como irmã mais nova da literatura e com ela conversava intimamente, diante dos grandes impasses e dilemas com os quais se deparava enquanto crescia.
Valei-me meus santos professores Edson Sousa e Paulo Endo em seu Sigmund Freud - Ciência, arte e política (coleção L&PM de 2009) que citam o que Freud disse sobre o tema:
"Os autores literários são valiosos colegas, e seu testemunho deve ser levado em alta conta, porque têm como conhecer muitas das coisas entre o céu e a terra que não são sonhadas em nossa filosofia. No conhecimento do coração humano estão muito adiante de nós, pessoas comuns, porque se valem de fontes que ainda não tornamos acessíveis à ciência."
Então, dito isso senhor(a) anônimo(a), me recolho ao subterrâneo de minha "ignorância" desejando também à ti um...
Fraterno abraço
André
P.S.: Vai torcer pra Argentina chato(a)!!!!! risos....
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