Deu no Jornal Nacional:
"Famílias acampam no acostamento da rodovia, e levam seus filhos para receberem os presentes que os transeuntes lhes jogavam em comemoração ao dia da criança! No afã de receber o seu presente, menino de 9 anos morre atropelado."
Eu vi isso. Juro que vi... e fiquei pensando...e acho que vou ser odiado por muitos quando acabarem de ler a publicação de hoje...Tudo bem... me aventuro ao risco.
Muitos devem ter sentido que aquelas pessoas que dirigiam pela Via Dutra e jogavam brinquedos baratos e doces (que jamais serviriam aos seus filhos) eram fiéis cristãos que, embuídos do espírito da caridade e da fraternidade (fala sério!!!!!!), estavam agraciando os menos favorecidos depois de terem participado de alguma romaria do dia da Aparecida - Padroeira do Brasil.
Tenho cá comigo, que isso deveria ser caso de polícia! E acho que o Ministério Público e os Conselhos Tutelares deveríam adotar medidas contra os adultos que proporcionam esse tipo de festival de perversão que destroem cada vez mais o desenvolvimento da alma humana.
E juro, que jamais vou achar graça quando o presidente do meu país classificar galinha como mamífero!
Enfim...
12 de Outubro da criança e da Senhora santa, padroeira do Brasil.
Vi pela TV milhares de barões famintos e Napoleões retintos ralando seus joelhos por cada paralelepípedo da velha cidade, e depois da santa procissão, jogaram oferendas aos pigmeus do boulevard....
Lembrei de um episódio que aconteceu com o Freud, que depois de publicado uma de suas obras (Totem e Tabu de 1913) recebeu uma carta de um jovem médico americano que dizia mais ou menos o seguinte:
" Prezado Dr Freud! Tenho acompanhado de há muito seu trabalho e lhe confesso que a técnica da psicanálise tem me ajudado a entender muito as questões clínicas de meus pacientes. Contudo lhe confesso, que não concordo com o senhor quando os seus escritos, por via de consequência, negam a existência e a grandeza de deus. Veja o senhor, que dia destes, pude perceber a existência de deus quando em minha ronda pelo necrotério do hospital, me deparei com uma senhora morta. Pois bem... aquela senhora, deitada na fria lage, mantinha em seu rosto uma expressão de completa felicidade e satisfação mesmo estando morta. Aquilo Dr Freud... foi meu encontro com deus, que na sua grandeza transformou a morte em um momento de felicidade. Portanto, sou prova viva da existência de deus e de sua onipresença."
O Freud, já naquela época sem muito saco e ainda sem as dores do câncer, respondeu ao jovem médico americado:
"Prezado jovem colega!
Agradeço seu interesse no trabalho que realizo e que tem por objeto principal, entender e amenizar as dores da alma.
Em virtude disso, recomendo-lhe que além de estudar meus escritos, o senhor busque auxílio com algum psicanalista (já existem alguns no seu país) para verificar a questão do seu complexo de édipo, que provavelmente foi mal elaborado e isso pode lhe causar sofrimentos psíquicos.
Sinto lhe informar, que o evento no necrotério não foi seu encontro com deus, e sim uma provável manifestação inconsciente do senhor querer comer e satisfazer sua mãe!
Com respeito
Sigmund Freud"
Bem... isto posto, acho que seria bom se todos nós soubessemos o verdadeiro significado do nosso gesto de supostas penitências e de quando jogamos misérias aos famintos acampados no acostamento.
Fraterno abraço
André
Vc não passa de um pseudo intelectual querendo aparecer...
ResponderExcluirParabéns, além de ousado, você é muito realista...sonhe um pouco, quimeras as vezes faz bem!
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluir