Estive pensando no quanto me seduz a idéia de não ter o que pensar como se todos os segredos e conflitos do mundo já tivessem sido solucionados.
Acho até que seria uma chatice crônica. Mas vou imaginar que se isso acontecesse, no que eu pensaria...
Pensaria por exemplo, que com taxas de 0% de analfabetismo, 0% de evasão escolar, professores reconhecidos e valorizados, vagas pra todo mundo em boas faculdades públicas, eu não precisaria pensar em educação.
Que com toda minha gente brasileira velha de guerra, alimentada, mesa farta, com direito ao beluga com cabernet sauvignon às quartas e picanha à beira da piscina aos domingos esperando o grenal, eu não precisaria pensar na fome que mata milhares.
Que como o sistema de saúde de meu país é humanizado e livre, os profissionais da saúde felizes e sobretudo realizados por terem tempo e liberdade para amenizarem os sofrimentos daqueles que necessitam de maneira individualizada e eficiente, eu não precisaria pensar nas mortes e dores na fila do SUS.
Que como tenho liberdade de ir e vir, sem medos de andar pelas ruas da minha cidade, e nem minhas portas e janelas precisam de tramelas e trancas, e o brigadiano de meu bairro me sorri feliz por terminado seu trabalho, vai poder ir pra sua casa cuidar de seus filhos pois não precisa de "bicos" exploradores para sobreviver, não precisaria me preocupar com a segurança pública.
Que como os passeios e praças de minha terra, me presenteiam toda a noite com flores e luzes coloridas, e não vejo mais a juventude escravizada pelo crack , não preciso mais pensar na edipemia da pedra maldita.
Então... a solução para a monotonia de minha pobre alma pensadora seria:
- Se eu for pensar em educação, meu assunto será a mini saia da menina do curso de Turismo da Uniban;
- Se eu for pensar em alimento, meu assunto será a polêmica que teve na escolha da rainha da festa do arroz;
- Se eu for pensar em saúde, vou então me preocupar em eleger o médico mais simpático de minha comunidade e a enfermeira mais gostosa;
- Se é pra pensar em segurança pública, vou tentar adivinhar qual brigadiano come qual brigadiana e ainda se eles veraneiam em Atlântida ou Torres;
- Se eu for pensar no crack, vou pensar que isso é uma droga que circula pelos becos dos países distantes esquecidos e que não foram descobertos pelos navegadores do século XV.
Por fim, eu concluiria: Ah!!!! Que chatice minha infâme felicidade!!!!!
Fraterno abraço
André
BOM DIA DR: SONHAMOS COM ESSA FELICIDADE!!! QUE ALEGRIA...QUE SONHO!!! ABRAÇOS. ADRIANA.
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