quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Os Amores Virtuais (Ideais???)

Conheci Martha Medeiros nos meados da década passada. Ela estava na platéia de um seminário onde eu discorri sobre as questões do Transtorno do Estresse Pós Traumático. Ao final, fomos apresentados e eu babei pois já era fã dela há muito tempo. 
Manifestei minha admiração, e inclusive disse que compartilhava muitos de seus textos na rede social da época (orkut) e que sempre faziam sucesso entre os meus "amigos". Ela sorriu e me disse que a maioria dos textos que lhe davam créditos nunca foram escritos por ela. 
Desde então, não compartilho nada que não seja de minha lavra, mas no caso de Martha, hoje vou citá-la. 
Em sua coluna no jornal Zero Hora de hoje, Martha comenta o filme Ela que encontra-se em cartaz nos cinemas com o bom Joaquin Phoenix que vive um recém-divorciado que se apaixona pela voz de um sistema operacional.
Escreve Martha:

" Não há um corpo, mas há uma voz feminina que pergunta, responde, conversa, faz declarações de amor, discute a relação, faz sexo por telefone, dá toda a pinta de que é humana, só que não existe....
Parece ficção científica, mas o relacionamento entre pessoas reais e virtuais, que já acontece, não demora será convencional. Esse futuro está logo ali,dobrando a esquina. O artificial e o verdadeiro estão cada vez mais próximos e parecidos. Enquanto isso, o melhor é continuarmos nos virando nos amores onde há cheiro, toque, pele, e que brotam e murcham, dois processos naturais da vida orgânica. Ao menos, podemos guardar deles a lembrança das mãos que acariciam nossos cabelos e dos beijos de boa noite. 
O dia que um smartphone também fizer isso, eu caso."     

E eu... que já chamei as redes sociais de "grandes cafetinas" (vide textos dos arquivos) fiquei pensando que devo refazer meus conceitos. 
Insisto: Penso que tudo que (ainda) vivemos no dito mundo "virtual" , ainda é produzido por seres humanos animados. Não somos seres virtuais e existimos. Nossos sentimentos, desejos e manifestações, devem ter a nossa assinatura e a nossa cara. Fora disso, ou é uma inteligência artificial (que ainda não existe como ser que sente) ou é psicopatologia.
Martha... sei que me lês... estou com saudades... muitos abraços!
Fraterno Abraço à todos!
André 


3 comentários:

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  2. A leitura que faço...e que me passa de mensagem o filme,..é que, mesmo a outra parte sendo um sistema operacional, ela preencheu a vida do protagonista no momento que ele precisava...amor, companheirismo, amizade, sexo...e ele foi feliz...se motivou e,viveu plenamente este relacionamento...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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