Faço parte de uma comunidade na internet, que discute a psicanálise lacaniana, e achei interessante uma das condições estabelecidas pelos mediadores para os participantes: Cumprir o artigo 13 da constituição do Brasil, que diz que a língua oficial é o português.
Obviamente, que o pessoal se referiu à essa novíssima linguagem escrita pelos internautas ( não só os adolescentes ) e por aqueles que usam o celular no modo de troca de mensagens de texto.
Num primeiro momento, eu mesmo, que considero-me livre de preconceitos, fiquei assustado ao receber uma mensagem em que a palavra cabeça era escrita somente com as consoantes K, B, e Ç acompanhada da vogal a.
Depois comecei a pensar que poderia estar presenciando o nascimento de um idioma, uma nova forma de manifestação cultural... sei lá!
Pensei como deve ter sido emocionante, quando o primeiro ancestral nosso ouviu a primeira palavra emitida por um de seus pares, ou ainda quando viu pela primeira vez um símbolo garratujado em alguma parede de caverna, que tivesse um significado.
Lacan ( psicanalista francês criador da corrente que sigo) nos ensina que o homem está inserido em um universo de linguagem, e portanto o ser humano é, graças à sua inclusão em um sistema de significantes, e é esta diferença essencial que distingue o homo sapiens das outras espécies do mundo animal.
O SUJEITO, só existe porque é FALADO pelo outro.
O incosciente se estrutura como linguagem e existe porque há linguagem ou convenção significante em um sentido muito amplo.
O desejo do ser humano desliza, incessantemente, de um objeto ao outro, seguindo um caminho que a linguagem lhe indica, com sua organização de deslocamento sintagmático ou metonímico.
Se estou certo na minha crença de que a linguagem determina o sentido que engendra as estrutura mentais, então acho que a antropologia de Levi-Strauss e a linguística de Saussure deverão ter seus conceitos reformulados....
Risos...entendem com bom humor...
Fraterno abraço
André
Nenhum comentário:
Postar um comentário