quarta-feira, 26 de agosto de 2009

3 Questões!

Quero comentar (e abrir debate) três coisas que estão de certa forma martelando minha consciência que entendo por cidadã. Afinal, desde adolescente me preocupo com as questões da polis, e por isso quero fazer minha parte.
Questão 1: A omissão dos intelectuais ante a crise moral que assola o país.
Se analisarmos momentos distintos de nossa história recente, verificamos que os intelectuais, ou a chamada elite pensante brasileira, sempre esteve à frente dos movimentos que desencadearam progresso e até mudanças pragmáticas no contexto geral.
Quando o Jânio de porre, renunciou e tudo de armava para um golpe direitista vilipendiador da democracia, movimentos intelectuais se inssurgiram e lá estava a legalidade, que com um discurso coerente e até populista ( prefiro populista ao arbitrário) , virou o jogo e a ordem democrática reestabeleceu-se.
Depois, foram duas décadas de luta combatendo a ditadura militar, muitas vezes pagando o preço da prisão, da tortura e do exílio. A intelectualidade brasileira contaminou o povo com sua sede de liberdade, e o povo pressionou pedindo diretas, e João teve que abrir as pernas.
Ainda bêbados de liberdade, fomos (o povo) iludidos e espezinhados pelo Collor e sua camarilha (que aliás ainda está atuante e cada vez mais forte). Lá foi a elite pensante pintar a cara com os estudantes que por sua vez pintaram a cara do povo, e o império collorido foi parado pela pressão popular.
E agora???? Diante desse mar de lama... dessa falta de vergonha ...destes tantos tapas na cara que levamos muitas vezes ao dia dos nossos próceres... Onde andam as vozes que, por seu saber e entendimento, deveríam formar opinião e inspirar o povo para que este se indiguine e com um lava jato de alta pressão, limpe a sujeira da república???
Questão 2: Belchior, um dos mais notáveis artistas brasileiros, membro efetivo e atuante da elite pensante, está desaparecido. Dizem as más línguas, que o pensador deprimiu e sumiu de desgosto.
Explicável. Ser um pensador num país onde padres galãs, alienígenas de chapéu texano e calças apertadas, e mais uma frota de meretrizes e michês que se dizem artistas, todos aliás agindo sob os auspícios de camelôs da (falta de) "cultura" e de gigolôs de mãos gordas e cobertas de ridículos anéis dourados refestelam-se contando o "vil metal", é realmente deprimente.
Questão 3: Adorei o texto teatral da Fernanda Montengro. A peça "Deus é Química" aborda um assunto importante: Como posso me queixar de violência, de corrupção e de desmando, quando eu mesmo patrocino tudo isso sendo cliente de uma boca de fumo? A questão reflete uma premissa: Cada "baseado" inocente que se ascende pra "relaxar", é uma bala que se bota na cabeça de um inocente.

Sei lá.... Acho que as três questões estão interligadas....
Fraterno Abraço
André

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