sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Freud - A Infância.

Num primeiro momento, tenho que manifestar meu profundo agradecimento aos comentários, carinho e principalmente a generosidade de todos os leitores. Não tenho certeza de ser merecedor de todas as deferências. Sei sim, como já disse aqui, que sou um obstinado pedreiro que ajuda a erguer tijolo por tijolo. Creio que essa é a função do psicanalista. E fiquem certos, de que minhas paredes se beneficiam com a participação de todos vocês, meus colegas pedreiros....
Então... seguimos no projeto de conhecer um pouco mais o Dr Freud, que para o desespero de alguns, vejo que muitas pessoas sensatas concordam que ele não morreu... risos ( só falta agora a "patrulha herdeira da gestapo" dizer que virei espírita e que estou vendo gente morta ( gargalhadas).
Valei-me Professora e Psicanalista Amina Maggi Piccini com seus escritos de 1986.

Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856 em Freiberg (Morávia) então pertencente ao império austro-húrgaro.
Cidadezinha histórica, com cinco mil habitantes, era, em sua grande maioria, constituída de católicos que falavam tcheco e muito se envaideciam de seus carrilhões, os mais afamados da província, que, repicando na alta torre da igreja se Santa Maria, pareciam estar reunindo a todos.
A família Freud não pertencia ao grupo comunitário maior. Compartilhava, com o mirrado número de judeus (dois por cento da população), do secular estigma de não ter recebido o batismo. Além disso, pelo fato dos judeus conservarem a língua alemã e a cultura austro-germânica, acabavam sendo considerados elementos um tanto estranhos, num meio cada vez mais permeado pelos ideais tchecos da revolução de 1848, que futuramente, após a primeira guerra mundial, fariam com que a Morávia fosse anexada à república tcheca.
Em " Um Estudo Autobiográfico" de 1925, Freud declara: " meus pais eram judeus e eu próprio continuei judeu". Nesse escrito, Freud supõe que seus ancestrais, devido à perseguições aos judeus do século XIV e XV, perambularam pela Europa até se fixarem na Áustria.
O pai de Sigmund, Jakob Freud, neto de rabinos, nasceu em 1815 na Tismênia, Galícia Oriental. Mudou-se para Freiberg com a atividade de negociante de lã. O advento da revolução industrial, deixou a atividade primária de Jakob em franca decadência, fazendo-o decidir por mudanças em busca de melhoria de vida para a família.
O  fato de Freud ser judeu, apesar de  ateu e livre pensador, é um dado importante que desempenhou papel significativo em sua identidade pessoal e em várias reações contra ele, mesmo depois que seu pai partiu de Freiberg. Ele e sua família, após permanecerem um ano em Leipzig, finalmente foram para Viena, onde Freud  viveu dos quatro anos até a velhice.
Freud, apesar de não ser praticante nem ter nenhum orgulho nacional que o ligasse ao judaísmo, confessaria sentir  irresistível atração pelos judeus e pelo judaísmo: "Vastas e obscuras forças emocionais, tanto mais poderosas quanto difíceis de serem expressas em palavras; a clara consciência de uma identidade íntima, a secreta familiaridade de possuir uma mesma arquitetura psíquica", foi em que escreveu  na carta à sociedade beneficente de B´nai B´rith, em 1926.
Estar sob o "anátema da maioria compacta" é apenas um aspecto de uma infância povoada de personagens e impressões...
No próximo texto, abordarei as personagens da infância e da a adolescência de Freud.
Na imagem... Freud menino e seu pai Jakob.
Fraterno abraço!
André

   

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