sábado, 11 de janeiro de 2014

Freud - Personagens da infância e da Adolescência

A família de Sigmund, era numerosa e sempre teve muitas dificuldades financeiras.
Viviam Jakob e Amalie (sua terceira esposa) com as crianças: Sigmund ( primeiro filho desse casamento), Julius (nascido um pouco mais tarde e que morreu quando Sigmund estava para completar dois anos e Anna ( de 1858). Nas redondezas moravam os dois filhos mais velhos, tidos anteriormente por Jakob: Philipp (nascido 20 anos antes de Sigmund) e Emmanuel (de 1832) com sua esposa e três filhos. Quando mais tarde Emmanuel observou que a família consistia em três gerações simultâneas, Freud reconheceu ter ele apontado algo correto. Pela idade, Sigmund poderia ter sido filho de seus irmãos maiores, e justamente seu companheiro inseparável era seu sobrinho Jonh, um ano mais velho, havendo muita afeição e hostilidade se alternando entre os dois.
Certamente não devia ser farto o orçamento familiar, e mais difícil ainda se tornou, para Jakob, prover o bem estar dos seus quando, em Viena, nasceram outros filhos. Rosa, Marie, Adolfine, Paula e Alexandre ( este dez anos mais jovem que Sigmund). Assim, a pobreza foi uma característica da infância e juventude de Freud. E, ao longo de sua vida, mesmo quando famoso por suas descobertas e por seus dotes terapêuticos, nunca foi rico.
Jakob, vinte anos mais velho que sua esposa, Amalie, era um liberal, homem esclarecido, de gênio alegre, amado por toda a família. Freud descreveu-o como "alguém que sempre esperava que alguma coisa acontecesse". Veremos, adiante, como o honesto aprofundamento dos sentimentos ambivalentes que o ligavam ao pai, amado-rival, corroborado pela decifração de enigmas confirmativos vindos de outros campos, transformar-se-á num dos pilares da teoria psicanalítica individual e grupal: as angústias edípicas.
De seu pai, Freud conservará o arguto senso de humor, misturado, às vezes, a um profundo pessimismo diante das vicissitudes da existência; conservará também a atitude de livre pensador e o saber usar anedotas, muitas delas judaicas, como um meio alegórico de expressar situações morais. Todavia, em algo Freud passou a se sentir diferente do pai, e com certa decepção m relação a ele, quando, aos doze anos de idade, este lhe contou que um cristão lhe atirara o gorro na lama, gritando: "Judeu, saia da calçada!" " E você, o que fez?", perguntou-lhe indignado o filho. "Saltei para a sarjeta e apanhei o meu gorro." Essa falta de heroísmo de quem devia servir de modelo chocou o jovem Sigmund; a partir daí, em seu desejo de admirar alguém, começou a ter como heróis prediletos Amílcar e Anibal, defensores dos ideais de Cartago. O primeiro, por rogar ao filho vingar-se dos romanos opressores. E o segundo, que, por realizar a corajosa epopéia de galgar os picos dos Pirineus e dos Alpes, com soldados e elefantes, e tomar de surpresa o inimigo,motivou em Freud as mais vibrantes identificações.
De sua mãe, Amalie,  Freud dizia ter herdado a "sentimentalidade", palavra que no idioma alemão é ambígua, podendo significar emoções apaixonadas, como as que vivenciou, várias vezes, o fundador da Psicanálise.
Na imagem de hoje, a família Freud. O Mestre estás ao centro, olhando pra câmera.
Na próxima publicação,  abordarei os estudos, os professores e as pesquisas pré - analíticas.
Fraterno Abraço!
André

        

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