Era um domingo de sol e calor extremo na lado de baixo do equador....
A beira mar estava quase deserta naquele fim de tarde...
Eu vi ela saindo da água entre o azul do mar e branco da areia daquela praia linda.
Pensei no brilhantismo de Lacan quando definiu a inexistência da mulher e gosto de pensar que assim o fez por ser a mulher inatingível. O homem a vê e a deseja. Tenta alcançá-la, mas não consegue. E quando a tem, pensa que a alcançou, mas engana-se. Alcança apenas o objeto. Ela é inalcançável, assim com deus...
Ela é estrela... um astro que nossos sentidos teimam em tentar tocar, mas jamais conseguiremos...
E pensei nas mulheres como maiores protagonistas daquilo que chamamos de desenvolvimento humano.
Pensei em Cleópatra e em Antonieta. Pensei em Melanie Klein e na deusa Lou Salomé...
Pensei em Simone a adorada de Sartre e na Natália a adorada de Lenin...
E pensei na Anna, filha e depois mãe do Freud...
E pensei na minha professora de Educação Física que embalou minhas fantasias infanto juvenis...
E quando ela arrumou naturalmente o biquíni naquela saída da água, pensei que as mulheres são a marca da civilização. Sem a natural delicadeza da mulher, provavelmente a raça humana ainda estaria em cima de árvores desconhecendo os talheres.
E pensei que aquela visão que eu estava tendo merecia um estudo filosófico...
Mas... como definir aquela visão?? Era somente um belo corpo que eu não conhecia... e nada sabia!
Então... valei-me São Freud e todos os seus discípulos....e veio enfim a explicação:
Aquilo que eu vi era um templo. Sereia, deusa... mas antes de tudo um templo!
Aquele lindo corpo, molhado de mar e acariciado pelo sol, era casa da mais poderosa e importante representação da natureza humana.
Aquele corpo era o templo que abrigava a MULHER!
Dedico o texto de hoje aos homens que ficam sob sol, no verão do Brasil.
Vos apresentei o templo. Por favor... orem!
Dedico também, a minha amiga Professora Luana Armoa, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Fraterno abraço
André
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